29 de fev. de 2012

“Divinos presentes diários”


Quem de nós se recusaria a receber presentes diários e, sobretudo, divinos?!

A resposta pode parecer óbvia, contudo, muitos de nós ainda cometemos o ato da recusa inconsciente, ao deixarmos de perceber os pequenos presentes diários que recebemos, nas suas mais variadas formas, das mais concretas às mais sutis!

Embora a força do hábito nos conduza a valorizar os presentes como objetos e sua utilidade, o nosso convite para essa semana é observar para além do presente físico em si. 

Como no exemplo deste lindo pacote de presente retratado no ‘post’ que me foi ofertado por uma querida amiga.
Quando me reporto ao objeto em si, da embalagem ao conteúdo, vejo nele muito além de sua beleza e qualidades utilitárias, pois reconheço que o maior presente reside nas qualidades intrínsecas de quem o ofertou como: a gentileza, o carinho, a generosidade (*) e nesse caso para ser mais específica, o tempo e a delicadeza (*) aplicados em sua elaboração e confecção executada pelas próprias mãos.

Maior valor agregado ainda lhe foi adicionado, quando soube que este mesmo presente é ofertado a cada cliente de minha amiga ao final de um trabalho, compondo um diferencial em valores internos, nem sempre percebido aos olhos ou aos corações menos atentos.

Pois, presentes divinos nos são ofertados diariamente, quando olhamos mais atentamente aos valores intrínsecos que residem dentro de cada ser humano com os quais estabelecemos relações, seja no contato com um familiar, com um amigo, com um cliente ou até mesmo com um ‘desconhecido’.
Pois, quantas qualidades, inerentes a todos nós, tais como as que citamos (*) entre muitas outras, podem se concretizar em verdadeiros presentes divinos em cada pequeno gesto, no nosso dia-a-dia?

Somos, todos, presenteados diariamente pelo caudal de energia divina que nos alimenta de todas essas qualidades necessárias para criarmos um mundo de paz e harmonia a partir das relações humanas, onde toda a possibilidade de crescimento acontece.
Contudo, cabe a cada um de nós decidir como acolher essa energia e transformá-la em presentes diários, que também possam ser oferecidos em beneficio de um mundo melhor.

E quando somos capazes de receber esses presentes e também de ofertá-los, a vida se torna uma festa permanente, um verdadeiro presente! Um presente precioso.

E, assim passamos a perceber a VIDA como a maior dádiva que nos foi ofertada.
Onde o fato de existirmos nessa dimensão já é uma Dádiva Divina! E, onde a nossa responsabilidade reside em “como” a vivemos: 

“Como um caleidoscópio sagrado e sutil, caminho, em cada movimento da vida refletindo cores e formas harmônicas e belas, reflexos de minha unidade com a Fonte Divina; reflexos de minha consciência e vibração que se renovam pelo livre curso das energias que me são concedidas através do ribeiro da vida, ininterruptamente”. (Egrégora Grupal – Maio de 2003)

Dádiva: ‘objeto’ que se dá gratuitamente; presente.

21 de fev. de 2012

“Sensibilidade à ‘flor’ da alma”

“Eu posso lhe dar a flor, mas como posso lhe dar a fragrância?”

O que torna todo e qualquer evento um real aprendizado é o sentido que ele traz consigo. Onde o ‘sentir’ esse significado intrínseco é o que valida a experiência.
Pois, tudo tem uma função ordenada, onde o evento ‘concreto’ tem uma finalidade, porém não se finda em si mesmo, do mesmo modo que “o significado literal está no dicionário, na linguagem, na gramática e o significado experimental e existencial está dentro de nós”.

No post anterior, falávamos sobre a maturidade e as novas percepções e compreensões que chegam com ela.
A maturidade começa com a conscientização das nossas verdades mais internas, mas ela vai além quando promove novas compreensões, em patamares cada vez mais sutis, nos capacitando a ações eficientes e efetivas, pois nesse movimento quem governa é o amor.

E, nisso reside o sentido do ‘dia do grande vôo dos gansos’, quando eles atingem novos horizontes onde a harmonia é alcançada pelo olhar transcendente que toca a verdade que pulsa em seu interior, e que só pode ser acessada pela sensibilidade. (vide artigo anterior – “A maturidade e o vôo dos gansos”)
Essa compreensão não se faz apenas com o intelecto, ainda que ele seja o caminho, pois quando se fala sobre essa ‘Verdade interior’, “a mente medíocre a entende intelectualmente, mas não pode compreendê-la totalmente”.

“A palavra é ouvida, mas o significado lhe escapa. A mente percebe que pode entender intelectualmente; ela é uma pessoa instruída, pode ser formada em alguma faculdade, até com doutorado. Ela entende o que você está dizendo porque entende a linguagem, mas sente que deixou escapar algo. Ela entende a palavra, mas a palavra não é a mensagem. A mensagem é algo sutil; ela pode vir com a palavra, mas não é a palavra”.
Porém, quando tocados por essa maturidade de ser, começamos, a partir dessa nova compreensão, a enxergar além da flor, começamos ‘sentir o perfume da flor’.

Onde, “a palavra é como uma flor; e o significado é como uma fragrância que a circunda. Se o seu o olfato não estiver funcionando muito bem, eu posso lhe dar uma flor, mas não posso lhe dar a fragrância. Se a sua mente não estiver funcionando totalmente, eu posso lhe dar a palavra, mas não o significado, porque o significado precisa ser detectado por você”.
Assim, aos poucos, vamos compreendendo, nas sutilezas das entrelinhas da vida, que há muitos aspectos relacionados ao amadurecimento dos nossos verdadeiros sentimentos.
E, para que eles aflorem e possam um dia florescer e liberar o seu perfume, circulamos por diversos estágios de percepções desse sentir.

Há certos momentos em que o evitamos e nos esquivamos – é a recusa do sentir – onde não há contato, ignoramos a experiência.

Contudo, ao sermos tocados pela experiência, o sentir pode se manifestar de forma intensa e avassaladora – visceral, quase um contato físico - portanto mais denso, pesado, comumente traduzido pelo termo “emoção à flor da pele” ou – o sentimentalismo.

A mesma experiência também pode despertar o “sentir” genuíno, que também é profundo, porém suave – a sensibilidade – “sensibilidade à flor da alma” que revela a leveza, a calma que nos toca o coração e, não se prende às palavras, pois é pura e clara percepção.

Diante dessas nuances, vamos esclarecendo dentro de nós que o “sentimentalismo é ainda uma qualidade imatura”, ao passo que a “sensibilidade, uma qualidade madura”
E, desfazendo esse equívoco entendemos, que o ato de chorar em prantos, lamentar-se, reclamar ou magoar-se nos configuram como pessoas sentimentais “e sentimentalismo não é sensibilidade. Uma pessoa de sensibilidade fará alguma coisa; uma pessoa sentimental criará até mais problemas.”

Este é um grande ‘aferidor’ de nossa maturidade, pois quando somos capazes de ‘fazer efetivamente alguma coisa’ que promova mudanças substanciais para que a nossa vida seja mais harmoniosa, é sinal de que estamos receptivos a essa sensibilidade e não reféns do sentimentalismo.

“O sentimentalismo é um caos”, ao passo que “a sensibilidade é um crescimento substancial”, alicerçada no equilíbrio e no discernimento, frutos do contato com o nosso centro de comando inteligente, nossa fonte interior – fonte de amor inesgotável, que sustenta toda a experiência.

 Assim, “quando eu falo sobre amor, se você tiver sensibilidade, então não apenas a sua cabeça entende, mas o seu coração começa a pulsar de um modo diferente, e então a fragrância chega até você.”
Essas palavras de Osho podem chegar aos nossos olhos e ouvidos como a imagem da flor retratada nesse post, porém a proposta para essa semana é que busquemos sentir a sua fragrância, aguçando o nosso olfato, para além do nosso ‘tato’ convencional, onde todo o contato se faz por intermédio do coração!

Que o seu coração pulse de um modo diferente, a cada evento de sua vida, até que a sua vida seja pura Harmonia.

* Todas as expressões em itálico que  foram compartilhadas nesse texto são  do livro: “Tao – Sua História e Seus Ensinamentos” – OSHO – Cultrix.

14 de fev. de 2012

A maturidade e o vôo dos gansos

* “Revoada de gansos” - Foto de Lee Ping

"REVOADA – no sentido figurado, significa ensejo, oportunidade”.
“GANSO - Na Grécia antiga representava um aspecto especial da Mãe-Natureza ou a deusa da natureza, Nemesis.
Era ainda considerado como sendo um mensageiro do mundo espiritual”.

            Li, na estória de Rubem Alves – “A montanha encantada dos gansos selvagens” - que há dois tipos de gansos: os domésticos e os selvagens. E, o que os difere é que “gansos domésticos têm medo de voar, não gostam das alturas, preferem ficar fechados em cercadinhos de tela, desde que seus donos lhes dêem milho e verdura picada”. Já, os gansos selvagens, por sua vez, “não sabem o que é ser bicho de um dono. São livres. Voam muito alto. Viajam para lugares desconhecidos, distantes ainda que seja perigoso... São mais magros: devem ser livres para poder voar. E seus olhos são diferentes. É que eles viram estrelas e pores-do-sol que os gansos domésticos não podem ver”.

            Como os gansos selvagens, também almejamos essa liberdade para vivermos uma vida plena onde as nossas ‘estrelas’ irradiem as cores mais belas dos ‘pores-do-sol’.

Mas, nem sempre nos comportamos como poderíamos, apesar do nosso livre-arbítrio, para alcançar essa realidade.           
            Pois, em quantas situações do nosso dia-a-dia, ainda nos comportamos como gansos domésticos, ‘fechados em nosso cercadinho de tela’, aceitando ser alimentados pela mente que não cala, a mente que mente, buscando justificar o uso dos hábitos ultrapassados que nos fazem re-escrever sempre a mesma estória, quer seja por força do hábito, por distração ou por medo de enxergar novos e melhores caminhos? Sim, melhores caminhos que nos conduzam à liberdade, onde a oportunidade de escolha está sempre disponível.

           
            Assim, retomando a estória de Rubem Alves, os gansos selvagens almejam chegar às Montanhas Mágicas, “onde não há calor nem frio demais... onde a primavera dura pra sempre... onde até os velhos e aleijados voltam a ter os corpos de outrora, perfeitos, fortes, belos...”

            E, para alcançarem essa liberdade de ser, os gansos selvagens devem ser ‘ magros’. Afinal, para voar alto é preciso ser leve. Faz sentido.

 Então, “para se chegar até as montanhas mágicas’ ou seja, à porção mais elevada de nosso ser, onde tudo se transforma como magia quando os pensamentos qualificados dão a tônica da perfeita e verdadeira criação ‘o corpo tem de ficar leve, muito leve... é preciso ser como uma libélula... um floco de paina... um papagaio, flutuando ao vento...”

            Mas, “somos pesados demais. Sabem, por quê? É que temos medo de tanta coisa. É o medo que nos faz pesados. E porque somos pesados ficamos com as caras tristes, cansadas... quem tem cara triste não pode voar...”

            E, esse medo que nos torna sérios e às vezes até sisudos - apagando o sorriso da face e o bom-humor saudável, ambos frutos da leveza - é muito sutil e esconde-se, muitas vezes em forma de tristeza, apatia, desânimo; pode se revelar também como ironia, indignação, inconformismo, impaciência e irritação, podendo chegar à fúria desgovernada.

            Mas, quando reconhecemos a ‘existência’ desses medos, que na realidade são resultados da nossa própria cegueira diante do conhecimento mais completo de nós mesmos (por isso, chamamos de medos infundados ou ilusórios) – e entendemos a sua função em nossas vidas ordinárias, a estória vai tomando um novo sentido. Vamos saindo da condição de gansos domésticos a gansos ‘selvagens’. Selvagens no sentido de liberdade que o adjetivo contém.

            Então, nos tornamos mais equilibrados e pacíficos, uma vez que entendemos essa função de alerta que o medo desperta, para agora, com discernimento, encontrarmos o caminho mais elevado que nos levará ao alto das ‘montanhas mágicas’.

            Nos abrimos a novas descobertas, e a cada descoberta nos tornamos mais leves.

            Entendemos que o medo nem sempre se revela apenas diante dos desafios diários nos enfrentamentos de nossos aspectos mais humanos, mas também diante da possibilidade do contato com o nosso aspecto mais elevado – o espiritual - que nos nutre de vitalidade.

            Entendemos também que, quando divididos entre essa dualidade, podemos resistir ao contato com a nossa fonte provedora de energia – o nosso lado espiritual que é pura harmonia, e escolher o corre-corre da vida que não permite, sequer, uma pausa para esse encontro consigo. Assim, além de voar na velocidade que a vida determina, ainda voamos sem abastecimento!  E, então, ficamos esgotados, muitas vezes exauridos. 

            Porém, nessa nova condição de entendimento, podemos entrar em contato transparente com os medos e reconhecê-los como limitadores no caminho.
Podemos, também olhar os erros como oportunidades de recomeços e não mais como um fim em si mesmo.
E esses dois aspectos passam a atuar como um passaporte para alcançar a liberdade que se constrói com a chegada dessa maturidade, chamada Aceitação.

            Aceitação não apenas das tarefas mais árduas diante de nossos medos mundanos, mas principalmente, aceitação da nossa porção mais bela e iluminada – que configuram os ‘novos e melhores caminhos’ citados acima.

E, essa maturidade que surge, amplia a nossa autonomia para alçarmos vôos mais elevados, tais quais o vôo dos gansos, “que vão ficando mais leves, cada vez mais leves... até que chega o dia do grande vôo...”.
           
            O dia do grande vôo é a plenitude! A integração de propósito e realização.

            O convite para a reflexão dessa semana é para que, tenhamos todos, a aceitação madura para que o nosso grande vôo se concretize na face da Terra, onde possamos realizar a ‘concretude do espírito’ com ‘leveza na materialidade’.

“O significado literal está no dicionário, na linguagem, na gramática, mas o significado experimental e existencial está em você”.
(Tao – Sua História e Seus Ensinamentos – OSHO)

8 de fev. de 2012

“Idas e Vindas, na plataforma da ‘minha’ estação”

O que descobri, vivenciei e necessito compartilhar?
O que ainda não sei e necessito aprender ou aprimorar?
A vida é uma troca, onde nenhum encontro é casual.
“A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar” - meu momento presente -  onde “o trem que chega é o mesmo trem da partida” e a “hora do encontro é também despedida” – local de troca onde tudo se manifesta.
Deixo partir – no encontro do compartilhar – aquilo que aprendi, sem apegos.
Deixo entrar aquilo que chegou, sem reservas.
Onde ninguém é Mais ou Menos, nem ‘mais ou menos’ – somos todos, simplesmente, inteiros em nossa integridade!
Onde as partes que se encontram como um quebra-cabeças, se complementam em prol de um único TODO.
“A plataforma dessa estação” é representada pelo centro receptivo – centramento em meu Ser Essencial – o ponto de chegada e o ponto de partida, que recebe o trem e também  deixa partir, mas permanece íntegro, transparente, sem nunca se perder.
Pois, tal qual o nosso processo respiratório, conforme abordamos no post anterior,  “à medida que somos preenchidos, também vamos continuamente nos esvaziando” , portanto, “transbordando e recebendo mais”, “em harmonia perfeita com o universo” (*)
Assim têm sido alguns momentos da minha vida e, quantas bênçãos tenho recebido, quando permito esse fluxo contínuo de ir e vir em todas e quaisquer circunstâncias da vida cotidiana: no seio familiar, nos encontros de desenvolvimento espiritual, nas atividades do Espaço Matrix, nas reuniões sociais, nos momentos de lazer...
Mas, tudo isso só se faz possível e real, quando me mantenho na Fonte - na plataforma da minha própria estação - atenta, disponível para a troca, a cada trem que chega e que parte, sem deixar pesar a bagagem.
Pois, quando me permito - nessa troca - perceber a composição das ‘diferenças’, abandono hábitos, crenças e julgamentos que já não fazem mais sentido, permitindo espaço para acolher o novo, sempre disponível.
Liberto, também, a bagagem de conhecimentos adquiridos, sem apegos de posse ou de soberba, pois entendo que nada me pertence e, ao mesmo tempo está presente dentro de mim, quando os utilizo em meu próprio aprendizado.  
E é desse modo que liberto-me de medos infundados, impaciências, imposições, cobranças ou condições – aprimorando a Aceitação que começa dentro de mim, para expandir-se ao meu redor.    
Então compreendo e vivencio esse novo modo de funcionar, em que “o tempo de desprendimento e gratidão por tudo que a vida possa nos dar, sem quaisquer expectativas ou exigências”  já é uma realidade viva, onde “nem sentimentos de obrigação, nem idéias de reconhecimento de mérito ou de recompensas são importantes”. (*)
“Sensibilidade, intuição e compaixão são os traços que se destacam agora, dissolvendo todos os obstáculos que nos mantêm separados uns dos outros, e do todo”. (*)
                   A mensagem desse post nos inspira a nos mantermos como a própria plataforma dessa estação, observadores das idas e vindas, aprendendo com o fluxo contínuo de troca nessa caminhada chamada VIDA, com tudo o que ela tem de bom e de melhor, mesmo nas aparentes adversidades.
Bem vindos ao Mundo Novo, onde a troca é contínua no fluxo inerente à toda Vida!
“Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”
(Cora Coralina)
(*) O Tarô Zen de Osho – “Receptividade”

1 de fev. de 2012

Respirar... Ar... Revigorar!

Respirar... Ar... Revigorar

“Talvez o conceito psicológico mais importante a propósito da meditação seja o de que o despertar espiritual ocorre somente na imediaticidade do momento atual. De fato, todas as experiências e sentimentos humanos só acontecem aqui e agora.
O momento presente é o único espaço em que contemplamos ao mesmo tempo os sentimentos interiores e o mundo exterior – e nada nos enraíza mais profunda e imediatamente no instante atual do que a percepção sustentada de nossa experiência respiratória.”(*)

Com o retorno das aulas, o ano de 2012 inicia para pais, filhos, professores e educadores - que recomeçam, juntos - uma ‘nova’ rotina, qualificados para novas experiências num outro patamar de aprendizado!

E, parece que foi ‘ontem’ quando, tal qual nossos filhos, também clamávamos pelas férias, por uma ‘pausa para respirar’ – expressão tão corriqueira, porém de interna sabedoria!

Pois, apesar dos planejamentos renovados para o novo ano, sabemos que se não nos mantivermos centrados em nossos objetivos mais íntimos, sustentados pela energia de nossa “fonte primordial”, somos tomados e rendidos rapidamente pelo nosso dia-a-dia.

E, assim, sem nos dar conta, passamos a respirar novamente na superfície, atribulados pelas tarefas e exigências da vida onde, a respiração se torna curta; às vezes tensa, às vezes angustiada, às vezes temerosa...

Como se estivéssemos amedrontados em respirar o ar poluído dos grandes centros, que refletem, muitas vezes, a poluição de nossos próprios pensamentos inconscientes e improdutivos, que vezes sem conta, se perdem no ‘se’ e ‘quando’ – do passado e do futuro, respectivamente. O que freqüentemente ocorre quando nos esquecemos de respirar o ‘presente’ – onde reside nosso único poder de ação e realização.

As férias colaboram para retomarmos o fôlego. Onde buscamos um estímulo externo que nos promova a motivação interna para nos sentirmos vivos, novamente!

Podemos subir ‘às alturas’ – como sugere a foto acima, buscando o ar puro das montanhas para, nesse movimento externo, despertarmos novamente os nossos sentidos internos. Restabelecermos a sensibilidade que se perde quando saímos do nosso centro de equilíbrio – a atenção ao momento presente.

Onde, buscar o ar puro nas alturas das montanhas é apenas uma simbologia para nos tornarmos mais sensíveis, também, à nossa porção mais elevada, que é ‘ar puro’ que revigora! Quando damos espaço para que a mente concreta e racional possa cumprir o seu papel, organizando naturalmente, sem interferências, os pensamentos e servindo como ponte para a mente ‘intuicional’ que encontra verdadeiro entendimento de ‘tudo o que é’, gerando um novo padrão de funcionamento - mais fluido e leve para o cumprimento de nossas tarefas!

O convite do ‘post’ dessa semana é para que, no nosso trabalho em 2012, estejamos sempre atentos ao momento presente, sensíveis a essa percepção mais refinada do ‘ar’ que verdadeiramente nos nutre de vitalidade, para vivermos plenamente a vida com seus aprendizados.

Pequenas pausas ‘para respirar’ podem ser realizadas no nosso dia-a-dia, mesmo não estando num ambiente tão favorável como o das montanhas, quando elevamos o nosso pensamento para além das altitudes, onde o ar – representado por pensamentos mais qualificados – é puro, sem interferência, portanto, revigorante!

Uma pausa para contemplar algo em sua essência, uma pausa para silenciar a mente em meditação, ou até mesmo uma pausa para um café!
Qualquer movimento é válido para nos distanciar um pouco da “roda-viva” e nos transformarmos, simplesmente em VIDA.

“O que mais afasta a nossa atenção do momento presente é a tendência da mente pensante a ignorar o aqui-e-agora em proveito de lembranças, fantasias, julgamentos ou fluxos de pensamentos abstratos e, mesmo, o exame desses julgamentos. Impulsionados pelas constantes apreensões e ruminações confusas do ego, costumamos passar boa parte do dia perdidos em pensamentos e emoções muitas vezes contraditórios – matutando sobre uma maneira de obter sucesso, temendo demasiadamente o futuro, planejando um novo negócio ou caso amoroso e sonhando com as férias próximas.”(*)

(*) Sete Mestres, Um Caminho – John Selby