12 de jun. de 2012

“Quando já estou em minha casa, não é mais necessário buscar abrigo”

Foto tirada em Santo Antônio do Pinhal


“Quando já estou em minha casa, não é mais necessário buscar abrigo”

Lembro-me bem do dia em que essa imagem ficou registrada em minha câmera e, também, em minha memória.
Os pingos da chuva que começava a cair - como se podem ver nos círculos concêntricos da foto - não intimidaram, nem fizeram acelerar o ritmo da nossa amiga tartaruga.
Ainda pensei, comigo: “é claro, ela já está protegida pela sua própria casa, seu casco!”, enquanto eu, estava apressada em tirar a foto, antes que a chuva ‘apertasse’.

Mas, pensando um pouco melhor, esse mesmo processo também ocorre conosco, quando nos sentimos abrigados em nosso próprio lar interior, quando estamos conectados com o nosso estado primordial que é segurança e harmonia.

Em momentos como esses, de fato, “não há necessidade de apressar-se, não é preciso procurar abrigo em nenhum outro lugar” e, “mesmo quando mergulhamos nas profundezas das águas da emoção, podemos manter-nos abrigados em nós mesmos imunes a dependências”. Dependências de fatores externos que, muitas vezes permitimos governar nossas vidas, ao olharmos mais para fora, quando deveríamos olhar mais para dentro de nós, no intuito de percebermos os sentimentos que abrigamos, para ‘ilusoriamente’ nos proteger.

E, chega um momento “em que nos preparamos para deixar de lado quaisquer expectativas que tenhamos cultivado a nosso próprio respeito, ou a respeito de outras pessoas; preparamo-nos para assumir a responsabilidade por quaisquer ilusões que possamos ter carregado, até então”.

E, “nessa hora, não há necessidade de fazer nada, bastando repousar na plenitude de quem somos neste exato momento. Se os desejos, esperanças e sonhos estão se tornando vagos, tanto melhor. Seu desaparecimento está abrindo espaço para um novo clima de tranqüilidade e de aceitação das coisas como são. E, nós iremos nos sentir capazes de dar boas-vindas a esse crescimento pessoal, de uma maneira que nunca esteve antes ao nosso alcance”.

Então, entendemos que crescer é bom! Crescer é libertador, quando podemos “desfrutar essa sensação de diminuição do ritmo, de nos aproximarmos do repouso e de reconhecermos que nós já estamos em casa!”, onde não há mais necessidade de esforço, de controle, de garantias para um bom andamento das nossas atividades, pois tudo flui em harmonia com a Ordem Universal, descoberta dentro de nós.

E, assim, como na representação da longevidade que a tartaruga retrata, analogamente, dentro de nós, encontramos a vida eterna que nos sustenta.

Entre aspas - "O Tarô Zen de Osho"- Desaceleração

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