“... porque para viver a dois, antes é necessário ser um”.
(Fernando Pessoa)
A foto do
quadro dos pássaros – feito pelas mãos e pelo coração sensível da querida amiga
e artista plástica, Rosely Corbellini Indalêncio
- está posicionado no “guá do
relacionamento” do Espaço Matrix, irradiando a cumplicidade amorosa que
rege os relacionamentos.
Embora não
seja entendida em pássaros, sou uma grande admiradora e um dos momentos que me
promovem maior alegria e prazer é observá-los nos nossos ‘encontros’ diários,
aqui no Matrix.
Sempre que
os vejo, eles nunca estão sós.
Aparecem em pares e, apesar da
liberdade de ir e vir de uma arvore à outra, dando a falsa impressão de estarem
sós, há uma cumplicidade amorosa que os une e que é percebida quando se
reencontram em um galho qualquer.
É encantador... e me faz refletir
sobre o cerne das verdadeiras relações.
Diferentemente da sabedoria inata
da natureza dos pássaros, precisamos re-criar essa cumplicidade amorosa com
liberdade, nas oportunidades de relacionamento que crescem no seio de uma
família - inicialmente, entre o homem e a mulher, estendendo-se a pais e
filhos, familiares, amigos queridos e os sem-fim de ‘anônimos’ - para aprendermos,
muitas vezes através das diferenças, que na realidade somos todos, profundamente
semelhantes.
Onde, "toda união entre as criaturas se faz
essencialmente um reencontro consigo mesmo, uma fusão com aquele do qual nos
separamos. Uma descoberta de si mesmo nos outros", como já dizia Sri
Aurobindo.
A partir
dessa perspectiva, todo encontro passa a ser singular, pois serve como uma
grande ferramenta de aprendizado sobre nós mesmos, aonde vamos adquirindo aos
poucos a percepção de quem realmente somos, através do ‘outro’ e das situações -
que sempre nos trazem a oportunidade do conhecer-se um pouco melhor, em todas
as dimensões da existência.
Quando
esse processo inicia, o olhar se modifica, amplia, clareia e por fim, ilumina!!
E, então, entendemos que “para se
relacionar de maneira saudável com outra pessoa é preciso, antes, estabelecer
uma relação plena e feliz consigo mesmo”.(Monge zen-budista – Yasuhiko Genku
Kimura)
Diante de
tanta Compaixão que a Vida me oferece escolho e permito-me a cada encontro -
com pessoas, situações, com a natureza dos pássaros, das flores, dos animais, dos
alimentos e de tudo que faz parte de meu viver – a libertar-me de minhas
crenças e padrões limitantes, de meus pré-conceitos enrijecidos para ser
cúmplice de todos eles no poder coesivo do Amor.
Assim, despida
de minhas ilusões, gentilmente, posso me reconhecer, a cada aqui e agora, a ‘olhos
nus’, onde o ‘nu’ já não me amedronta mais quando permito-me a transparência de
mim mesma para transcender-me.
Pois é dessa
forma que posso me sentir plena e una. Antes, comigo mesma, para ser una com
toda a Vida, “porque para viver a dois,
antes é necessário ser um”.
Todo
encontro é, em essência, Divino.
E, “tudo está perfeito sempre”(Ananda Prem)!!!
Eu sou grata
à Vida, à Luz e ao Amor.
Eu sou
sempre grata.
Namaste.
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