24 de ago. de 2011

Medida certa – Do cafezinho aos relacionamentos, o que faz algo especial?


"Medida certa - Do cafezinho aos relacionamentos, o que faz algo especial?"

Um ponto de partida na busca da compreensão a esse questionamento se encontra na própria ilustração do post, representada pela imagem do CORAÇÃO.

         E, partindo do “cafezinho”, percebemos que a medida certa que o faz especial vai muito alem da técnica culinária.

         Maria da Assunção, carinhosamente chamada por Susi, é autora do cafezinho mais delicioso que já degustei!!

         A receita da Susi, além da técnica e da atenção e cuidados aos pequenos detalhes como ela me contou, contém ingredientes fundamentais que tornam visível o seu coração - tão sutil como o da foto acima - e que fica estampado no seu semblante ao servir o café: sorriso sereno, franco e feliz! Contagiante!!!

         Quando o coração está leve, ele reverbera ao redor, a delicadeza das intenções, nos gestos e nas palavras que vão dando o toque especial que nos envolve para além do sabor, quando nos permitimos abrir a novas sensibilidades... sensibilidades também guiadas pelo nosso coração receptivo.

Susi é a pessoa mais próxima que faz parte do meu cotidiano e, como ela - quando focamos nossa atenção no bem e no belo do nosso trivial dia-a-dia - encontraremos uma infinidade de exemplos otimistas que nos libertam do estigma de São Tomé, que necessita “ver para crer”, nos convidando a mudar o foco da atenção que nos conduz a uma nova postura: “Crer para ver”, onde há que se ter “olhos para ver e ouvidos para ouvir” a suave melodia que brota do coração.

         E, adotando essa nova postura, no decorrer desse mês de agosto, guiada pelo olhar do coração, fui em busca da “Medida certa – do cafezinho aos relacionamentos, o que faz algo especial?”

         E, encontrei muitas respostas como:
        
- Uma oferta de afeto gratuito de um casal simpático num domingo de sol no Parque do Ibirapuera, anunciado por uma plaquinha “abraço grátis”, que nos faz perceber quão enrijecidos, reticentes e desconfiados vivemos!!!
E, confesso que apesar dessa percepção pessoal foi irresistível não me render ao sorriso terno e aos braços abertos daquele casal!

- Um vendedor de coco gelado que oferece espreguiçadeiras ao sol, aos seus clientes e, nesse cuidado atencioso com o outro, ao promover a sensação de bem-estar, nos permite a oportunidade de perceber o “bem-Ser”, como fonte de abastecimento desse bem-estar!!
Quando, então, compreendemos que o “permitir-se” simplesmente SER, traz a alegria do bem-ESTAR!!

Enfim, “e por aí vai”...

O desafio que o Espaço Matrix lança para essa semana é encontrar a medida certa, o caminho do meio: o Coração, que transforma o “ver para crer” em “Crer para Ver”.

Crer na humanidade e na divindade que reside em cada um como essência primordial, independentemente do que os invólucros e as situações materiais nos façam ver com os olhos físicos.

Isso não significa ignorar as situações, mas compreendê-las com o coração, trazendo à luz o motivo interior que nos toca ao desconforto de olhá-las.

E, assim, aos poucos, deixamos de alimentar os defeitos, pois que aprendemos a entender o seu propósito; passamos a alimentar as qualidades divinas inerentes a cada um e a todos nós!!! Onde fazer brotar o seu melhor, desperta o florescer do outro.

E, assim, finalizamos esse mês de agosto, mês de “muitos gostos”, buscando a boa medida, conciliando o Universo do Ser ao Estar!! Onde:

"O que transforma qualquer ato em algo extraordinário é o fato de fazermos aquilo com o coração e o que transforma qualquer vida numa existência extraordinária é o fato de ser vivida com amor."
Mark Sanborn

E, por falar em CORAÇÃO, como anda o seu? Enrijecido ou Receptivo às belezas em sua VIDA?

               Crédito da foto: carlossimo.artblog.com.br/95/

17 de ago. de 2011

“Retratos da Alma – o olhar do Observador”

“O Antes é a idéia que inspira ao Caminho Interior;
O Durante é o processo da concretização da idéia na conexão com o Caminho;
O Depois é a Confiança em Ser o Caminho na Segurança Divina;
O Agora é sempre Presente Divino”.
(Espaço Matrix – um espaço de convivência, uma pausa para Ser)

A foto acima, “materializa” o estado de SERENIDADE E LEVEZA, “visível à luz do Sol”, promovido pela “pausa para si” durante a Oficina “Retratos da Alma”, realizada no Espaço Matrix, na compreensão de que o vivenciar consciente de cada momento presente – o Agora – é uma prática não apenas possível, como fundamental para a concretização ou “materialização” dos nossos anseios interiores mais nobres.

O ato de fotografar, conscientemente, um “estado de ser harmonioso”, num momento específico, promovido pela vivência de integração com um meio ambiente natural - como fruto do exercício de interiorização - faz revelar o “invisível” que sustenta todo empreendimento no mundo da forma.

E, toda criação consciente, como comentamos em artigos anteriores, ancoradas no estado natural de harmonia e perfeição, provém desse exercício de plena atenção, de “presença de espírito”, quando nos sentimos centrados, integrados e plenos. E essa qualidade, fica impressa, em toda e qualquer obra que realizamos na face da Terra, nos fazendo crer que é possível tornar o mundo um lugar melhor para viver, para Ser.

Isso me faz recordar de um episódio vivido há alguns anos na presença de meu filho que, ainda pequeno, me acompanhava numa preleção.

Num determinado momento, o preletor, após relatar os inúmeros cenários da vida cotidiana de - miséria, corrupções, violências, insensatez, catástrofes naturais, do “micro” ao “macro” – nos questionou finalizando com a pergunta: “Diante de tantas evidências conclusivas de um mundo falido, quem acredita num mundo melhor?”

Evidentemente, a dúvida pairou no ar, diante daquela “realidade” retratada, onde poucos levantaram suas mãos - alguns ainda duvidosos, outros mais convictos.

Fiz parte daquela minoria, quando meu filho me questionou, aguardando uma resposta convincente de minha parte, antes de tomar a sua decisão: “Você acredita, mãe? Por quê?”

Foi uma oportunidade de aprendizado que me estava sendo oferecida por meu filho, a quem sou sempre grata, para que, naquele exato momento, eu buscasse a resposta dentro de mim com a convicção de minha alma e, não simplesmente, como um ‘acreditar superficial’, ‘da boca para fora’.

Tive uma fração de segundos para acessar esse “estado de consciência” pautada na honestidade e harmonia interiores que estabelecem a “segurança inabalável” para responder-lhe que: “Acredito, sim! Porque o que já aconteceu não há como mudar. Mas, eu posso -“agora”- fazer o meu melhor em cada gesto, pensamento, sentimento ou palavra, para tornar o mundo um lugar de paz e de amor. E, se cada pessoa enxergar essa oportunidade, uma nova realidade pode ser construída, sim.”

Sem hesitação, ele também levantou a sua mão.

E, em seguida, o preletor, reafirmou a minha resposta, inspirando a platéia à não se deixar conduzir pelas aparências externas, mas antes confiar no seu potencial de realização interior, ou seja, não ceder o seu poder às circunstâncias.

E, isso agora me remete a uma linda mensagem com a qual finalizo o presente artigo, na intenção de atuarmos como educadores conscientes, que aprendem com seus filhos, entregando-se à vulnerabilidade dos erros e acertos, ao mesmo tempo em que inspiram através de suas lentes interiores o “Retrato” de um mundo bom, belo e luminoso!

                                                                                        
 “Não ensine a seu filho que as estrelas não são maiores do que parecem ser: maiores do que a Terra.
São lâmpadas que os anjos acendem todos os dias, assim que o sol começa a escurecer...
Não diga a seu filho que as asas dos anjos só existem na imaginação.
Já vi meu anjo em sonho e posso jurar que ele tem asas claras que até parecem feitas de luz.
Não encha a cabeça de seu filho ensinando-lhe hipóteses precárias que amanhã de nada servirão.
Povoe de beleza o olhar inocente de seu filho.
Dê-lhe uma provisão de bondade que chegue para a marcha da vida.
Infunda-lhe na alma o amor de Deus – e tudo mais, por acréscimo, ele terá.”

Por Dom Helder Câmara – retirado do livro “Preces e Poemas” de Evelyn Zayden e Beth Campos
Callis Editora                       

  


10 de ago. de 2011

É tempo de Renascer para o novo! Onde estiver a sua consciência, ali você estará.

“A sua consciência é apenas um espelho.
Você nem vem, nem vai. As coisas vêm e vão;
Você se torna um jovem, você fica velho;
Você está vivo, você está morto.
Todas essas situações são apenas reflexos num lago eterno de consciência”.(*)

         No aprendizado contínuo que as relações humanas promovem, caminhamos a cada dia para um novo Renascer, um novo estado de ser, mais leve, mais fluido, mais livre... mais pleno de amor!

         Renascer para um novo estado de ser acontece quando nos abrimos para o caminho interior buscando realizar a síntese entre matéria e espírito; ciência e espiritualidade.

          No decorrer do processo evolutivo que todos vivenciamos como humanidade, muito já foi conquistado com o intuito de promover a ampliação de consciência que nos liberta de todas limitações equivocadamente apresentadas ao longo das idades e aceitas por cada um de nós como verdade inquestionável, mas que ora desponta como oportunidade a todos, sem privilégios, sem distinção, sem exceção.

Contudo, nessa experiência temporária que é a vida material, tudo é uma questão de escolha que se descortina em cada situação cotidiana. Onde, mesmo quando pensamos não ter escolha, já a fizemos.

O filme, “O diabo veste Prada”, retrata esse aspecto com muita leveza, fazendo uma dança sutil entre a evolução dos graus da consciência com a escolha que o livre-arbítrio permite.

         Esses estados ou estágios de consciência também são retratados por Friedrich Nietzche, em seu livro “Assim falou Zarathustra”, na figura do camelo, do leão e da criança, como os três níveis de consciência em que gradativamente galgamos, conforme a leitura que fazemos de nossas experiências de vida onde, “o que importa não é que fazemos, mas a maneira como fazemos”.

         Assim, o post dessa semana oferece a leitura do referido texto, retirado do livro “O Tarô Zen, de Osho”.
        
“O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. Vive iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas na verdade, preocupa-se tanto com a opinião dos outros que quase não tem energia própria.
Emergindo do camelo, aparece o leão. Quando nos damos conta de que temos estado abrindo a mão da oportunidade de viver realmente a vida, passamos a dizer “não” às demandas dos outros. Nós nos apartamos da multidão, solitários e orgulhosos, rugindo a nossa verdade.
A coisa, porém, não acaba por aí. Finalmente, emerge a criança, nem submissa nem rebelde, mas inocente e espontânea, fiel ao seu próprio ser.

Qualquer que seja a posição em que você se encontre neste momento – sonolento e abatido, ou desafiador e rebelde – tenha consciência de que isso evoluirá para alguma coisa nova, se você permitir.
Este é um tempo de crescimento e mudança”. (*)

Finalizamos, com o convite para a semana:
Permita-se!

(*) O Tarô Zen, de Osho

3 de ago. de 2011

“Na produção do Bem” caminhamos, “sem medo de ser feliz”!!

Renovados pela pausa revigorante das férias de inverno, retornamos para o Serviço na “produção do bem”, “sem medo de ser feliz”!!!

Pois, todo talento, posto em atividade por intermédio do coração na produção do bem, não vê mais barreiras, uma vez que busca o aprimoramento constante no desafio em “discernir o limite entre a prudência e o medo de errar”, donde o medo de errar configura-se como um dos maiores empecilhos que “retarda a utilização do potencial que dispõe para realizar e servir”.

“O zelo é uma virtude, contudo, quando exacerbado, toma a feição de perfeccionismo... que muitas vezes, enterra talentos, a fim de cavar sulcos profundos...”(*)

Essa tênue percepção promove uma diferença incrível em nossas vidas e, conseqüentemente às pessoas sob o nosso círculo de influência, quando paramos para refletir, o quão claros e lúcidos aplicamos os limites do zelo em nossos relacionamentos, quer seja conosco ou nos nossos grupos de convívio - do familiar ao profissional.

Ou seja, até que ponto, o zelo que temos para conosco ou com os nossos mais próximos influencia o desenvolvimento saudável nos desafios pessoais?

Pois, o zelo, permeado pelas exigências do perfeccionismo sobre si mesmo e, conseqüentemente sobre o “outro”, bloqueia as ricas possibilidades da expansão dos talentos natos, quando se utiliza, mesmo sem perceber, do amedrontamento como arma de poder avassalador.
           
E o medo, como sabemos, imobiliza; não permite o processo de evolução e sim de estagnação, quando deixamos de agir de forma inovadora, pois que ainda estamos sob a influência do medo de errar, de ser julgado ou aceito. Assim, torna-se mais seguro garantirmos a “estabilidade” promovida pelas experiências anteriores, ainda que seja limitada ou até mesmo ilusória.

Porém, toda estabilidade alicerçada apenas no conhecido é ilusória, a partir do momento em que compreendemos que cada dia que desponta é uma nova experiência, uma nova possibilidade, “um mergulho em terreno inexplorável” onde “não haverá mapa a seguir, nenhum guia para acompanhar”, contudo, haverá escolhas a fazer. E, estaremos cientes de que “haverá milhões de riscos” onde “você poderá desviar-se, poderá perder-se, mas entenderá que esta é a única maneira de crescer”.(**)

O zelo excessivo gerado pelo medo, também acarreta a não-validação da nossa própria vida, apequenando-a e desmerecendo-a, quando o nosso real propósito é viver plenamente, estimulando e reverberando os nossos talentos na produção para o bem, capacitando-nos e ao próximo à liberdade e autonomia para a realização dos propósitos, ainda que não se apresentem de forma clara em nossas vidas. E quando isso acontece nos colocamos em aceitação reverente, consciente e ativa quanto às escolhas determinadas por nós e por cada um, respeitando as particularidades que cada escolha contém em seus contextos únicos e pessoais. 

Contudo, é necessário, que cada qual defina e assuma as suas próprias escolhas. E, vivenciando-as plenamente com seus sucessos e fracassos inerentes, colha seus próprios aprendizados.

Pois, tudo aquilo que está ou não, bem definido para nós mesmos, estende-se, em mesma proporção, ao nosso redor.

Assim, quando esse medo “não reconhecido e, portanto, não cuidado”, escondido nas entrelinhas do zelo excessivo (controle, perfeccionismo, entre outras formas), toma proporções maiores, para além dos nossos limites, perdemos as rédeas da situação e o disseminamos para as nossas esferas de relacionamento, na crença equivocada de estarmos assegurando proteção, especialmente aos nossos mais próximos e queridos, controlando situações para que o “outro” não corra riscos ou, sob uma outra ótica, não nos ponha em risco.
                          
É o “tiro que sai pela culatra” pois, ao invés de encorajarmos a autonomia alheia validando sua experiência passível de acertos, erros e desapontamentos, podamos as possibilidades do grande aprendizado intransferível que só diz respeito a cada um. Apequenamos também a vida do próximo na não-validação alimentada pelo nosso próprio medo egóico.

Então, num vislumbre de clareza, em algum momento de nossa caminhada, “nos damos conta”, nos aventuramos em ir além, entendendo que “aceitar o desafio do desconhecido é o único caminho para crescer”.(**)

Criamos disposição e coragem para novas descobertas, para uma nova forma de ser – com mais leveza, fluidez e alegria.  

Assim, em profunda gratidão às infinitas oportunidades que nos são oferecidas a cada escolha consciente, o Espaço Matrix - que tem como nota-chave promover relacionamentos harmoniosos, saudáveis e libertadores - retoma aos serviços, convidando-os a viverem suas próprias vidas, entre erros e acertos, abertos para uma nova forma de operar a vida, com prudência, mas “sem medo de ser feliz”!!

Lembrando que:

“Admiráveis são as pessoas que quando se assenhoreiam da prudência a utilizam para fazer uso correto e consciencioso dos talentos a ela confiados; mas não menos admiráveis são aqueles, que, ainda não possuindo discernimento o bastante para definir com zelo os melhores rumos a seguir, entregam-se ao trabalho com honestidade e confiança, utilizando o talento com retidão de consciência e convicção idealista em favor da edificação de círculos produtivos na expansão do bem para quantos puder”.(*)

E...

“Sempre que nos lançamos ao novo e desconhecido com o espírito confiante de uma criança, inocentes, abertos e vulneráveis, até mesmo as menores coisas da vida podem transformar-se nas maiores aventuras”. (**)

Eu Sou grato à Vida, à Luz e ao Amor.
Eu Sou sempre grato.

Reflexões baseadas em textos retirados do livro “Lição para o Auto-amor”(*) e “O Tarô Zen, de Osho” (**)